14 de abril de 2012

Um pouco mais sobre mim (parte 6)

Por Marcos Lodi:


Durante aqueles dias no hospital, mais desafios. Um anestesista que supostamente faria minha cirurgia analisou meu caso, olhou para mim e se dirigiu aos residentes afirmando: “O risco dele morrer é grande. Ele pode morrer de diversas formas. Vou entuba-lo sem anestesia para não correr riscos e etc”.

Dali já tinha uma convicção: Este cidadão não colocaria as mãos em mim. Meu cirurgião ficou perplexo e chamou um amigo para socorrer o caso. Eis que outro médico apareceu em meu processo pela misericórdia de Deus. Era um senhor renomado, anestesista com muitos procedimentos realizados. Alguém enviado por Jesus, sem dúvidas. A conversa foi sem temores, sem a palavra morte. Pelo contrário. Foi um diálogo que me deixou feliz, esperançoso e confiante.

Estava pronto para o grande dia, mas é o transporte? A maca do hospital precisaria ser testada para que fosse possível presumir se tudo daria certo principalmente após o procedimento. Fiz vários testes sendo transportado por um grupo de oito pessoas. Cheguei a deitar na mesa de cirurgia para testar a segurança da mesma. Fiz uma espécie de simulação, com direito a olhar para aquela luz gigantesca, deitado, como se aguardasse o cirurgião chegar e começarmos a operação. Não posso negar que fiquei bastante amedrontado com o “clima” do centro cirúrgico.

Depois de todo aquele processo eu me sentia pronto para vencer. Daí mais um dilema, o qual considero como  minha última provação antes da cirurgia. Um dia antes da cirurgia foi preciso encontrar o acesso venoso. Não foi possível pelo modo convencional. Tentaram outros meios como a intracath, mas devido ao excesso de peso a única saída foi a dissecção.

Vinte e três horas do dia 20 de setembro de 2007 e minha cirurgia agendada para o dia seguinte às sete da manhã. Os médicos buscando o acesso venoso através da dissecção. Depois de muita luta o êxito. Todos felizes e descansando para a cirurgia de algumas horas depois. Porém, houve um “pequeno” descuido e não foi prescrito nenhum remédio para a dor no braço.

A anestesia passou e com ela chegou uma dor insuportável. A enfermeira chefe e o médico plantonista não sabiam o que fazer mediante meu estado. Depois de analisar meu prontuário veio a resposta que não houve medicação para a dor pós anestesia. Eram quase cinco da manhã e fui medicado. Estava com dor, chorando e pensando em desistir. A enfermeira me aconselhou a não deixar para trás o meu sonho.

Hoje analiso que o mal tentou me vencer pela dor. Se eu desistisse ali, jamais teria outra chance. Quando passamos por problemas tenha certeza de que Deus permite tudo até o momento em que Ele, na sua infinita sabedoria, aparta a ação do inimigo e diz: “Agora chega porque este é meu escolhido”.

Eu fechei os olhos para dormir e esquecer tudo aquilo. Mal cochilei chegou o médico me buscando para a cirurgia. Era manhã de 21 de setembro e chegado o meu momento. Jesus permitiu que eu chegasse até aquela ocasião.

Abracei minha mãe que chegou logo cedo e fui para o centro cirúrgico. Foram mais de seis horas de cirurgia e um desfecho feliz.

Eu acordei ciente de que havia vencido a batalha, mas ainda não triunfado na guerra. Foi uma bela vitória com lágrimas de felicidade. Passei mais alguns dias no hospital e fui para a casa.



No próximo encontro: Desafios pós-cirurgia e a grande "Questão de Peso"

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